- A editora italiana chamava-se Einaudi. So decorei o nome porque...
Pensei imediatamente: Sim, por causa da marca de carros Audi.
- ... porque um dos meus compositores favoritos chama-se Ludovico Einaudi.
Ainda não sei que ser superior me impediu de verbalizar aquele pensamento e me salvou do que seria, muito provavelmente, o maior enterranço e a mais triste demonstração da minha ignorância em toda a minha vida. O que me vale é que, aparentemente, apesar destas minhas falhas, aquela mulher ama-me.
Todos sabem que antes do casamento as relações amorosas são um mundo de fantasia e que, assim que se apanham com a aliança no dedo, as pessoas começam a revelar o que são na realidade.
Eu posso confirmar que essa teoria está certa!
Quando namorava com a minha miúda e ela ainda gostava de me conquistar todos os dias, a mulher da minha vida tinha o hábito de me lavar os óculos. Por vezes andava com eles cheios de dedadas e outras porcarias e não me lembrava de os lavar... mas lá estava a minha namorada amorosa que vinha com carinho, tirava-mos cuidadosamente, lavava as lentes com água e sabão e, com toda a meiguice do mundo, punha-mos de volta.
Desde que casámos, descobriu uma nova forma de se divertir que envolve aproximar-se de mim e tirar-me os óculos com meiguice apenas para depois os pousar suficientemente longe para eu não os ver e ficar a olhar para mim com uma expressão qualquer que ainda não consegui decifrar porque.... estou sem óculos!!
Tenho tanta coisa para dizer, tanto bitaite para escrever, tanta provocação para lançar... e não consigo fazer nada. Mais uma vez, a minha vida está em stand by e eu, que nem barata tonta, sem saber o que fazer. Sair? Não me apetece. Ficar? Não me apetece. Falta-me vontade de fazer o que quer que seja. Consigo ler. É o que me safa. E quando leio, sou totalmente absorvida, como quando estava a estudar. Que tristeza... Estou farta de estar esquisita. Porque é que esta merda nunca mais acaba? Porque é que há pessoas que têm uma vida simples e se satisfazem com isso? Como conseguem? Porque é que eu não consigo? Como fazem para ter uma vida tranquila, despreocupada e de pouca ambição? É a ambição que me lixa! Porque não consigo controlá-la? E de que me serve? Não vou descobrir a cura para nenhuma doença fatal, não vou acabar com nenhuma guerra, nem salvar todas as crianças do mundo da pobreza e da miséria! Se não é para nada disto, para que é então? Será que por este caminho algum dia vou conseguir fazer alguma diferença? A resposta fácil seria "só o futuro sabe". Mas o futuro é amanhã. E sinto sempre que tenho muito pouco tempo. Precisava de 300 anos para fazer tudo o que quero. Como não posso, tenho de optar. E não é muito difícil fazer esta escolha. Difícil é ter consciência de que não tenho tempo para errar e que muito (demasiado) não depende de mim...
Se continuo assim, este blog vai ficar uma seca...
O corpo humano é fantástico (e assustador). O meu decidiu recentemente atormentar-me com suspiros, bocejos e falta de ar de 10 em 10 minutos (sintomas que, descobri "the hard way", não devemos transmitir a alguns médicos sob pena de sermos confrontados com um risinho gozão). O que o safa é que até lhe acho alguma graça (ao corpo, não ao médico), senão trocava-o já!
(Se não fossem os posts "só porque sim", o que seria deste blog?)
1. Deixar o péssimo hábito de fazer posts "só porque sim".
2. Hoje eu queria era estar no "Dragoum"!
O Expresso todas as semanas comete crimes ambientais. Tanta publicidade, tanta merda só a gastar papel desnecessariamente. E nós pagamos para levar com aquela publicidade toda! Se isto não é um atentado, não sei o que será...
- Dá-me um quadradinho de chocolate, por favor, mulher da minha vida, meu amor, mulher mais linda do universo.
- Música para os meus ouvidos......?
- Dá-me um quadradinho de chocolate, por favor, mulher da minha vida, meu amor, minha vida, luz, razão da minha existência, mulher mais linda e inteligente do universo.
- Ah... Assim está melhor... Toma lá.
- E o chocolate é meu, ó parva!!
Não sei como dizer isto de outra forma...
Há já algum tempo tenho vindo a "consumir" isto. Uma explicação? Não sei. Mas podia ter-me dado para pior! ;)
Depois de ter feito uma breve descrição do meu (ainda curto) percurso académico e profissional, ouvi, de alguém que não estava a avaliar-me mas até poderia estar, o comentário que mais me fez inchar o peito nos últimos tempos:
- Ena! Esta mulher tem tomates!
(Não liguem ao sentido literal da coisa...)
Não percebo e acho uma certa graça às pessoas que não são de Lisboa (e na maior parte das vezes são cá do norte do país) e que, de cada vez que vão à capital, apregoam-no como eu faria se fosse a Nova York ou a Copenhaga (é só mesmo um exemplo). Ok, Lisboa é capital, é uma grande cidade e tem algum do movimento característico das capitais europeias (e não me interpretem mal, não me importava nada de lá viver) mas Lisboa é, de longe, a capital mais provinciana que alguma vez conheci. E isso dá-lhe um certo gostinho especial. Mas tira-lhe o brilho das outras capitais europeias (pelo menos das que conheço). Por isto, acho engraçado algumas pessoas dizerem que vão a Lisboa como se fossem a um grande sítio ou como se ir a uma cidade que fica a 300 km e à qual, felizmente, hoje já se vai com bastante facilidade fosse uma grande coisa.
Está tão bom que até parece mentira. De ver e chorar por mais (será por isto que a minha namorada diz que sou exageradinha?):
Look inside, Look inside your tiny mind Now look a bit harder Cause we're so uninspired, so sick and tired of all the hatred you harbor
So you say It's not okay to be gay Well I think you're just evil You're just some racist who can't tie my laces Your point of view is medieval
(TODOS!) Fuck you (Fuck you) Fuck you very, very much Cause we hate what you do And we hate your whole crew So please don't stay in touch (;P)
Fuck you (Fuck You) Fuck you very, very much Cause your words don't translate And it's getting quite late So please don't stay in touch
Do you get, Do you get a little kick out of being slow minded? You want to be like your father It's approval your after Well that's not how you find it
Do you, Do you really enjoy living a life that's so hateful? Cause there's a hole where your soul should be Your losing control of it and it's really distasteful
Fuck you (Fuck You) Fuck you very, very much Cause we hate what you do And we hate your whole crew So please don't stay in touch
Fuck you (Fuck You) Fuck you very, very much Cause your words don't translate and it's getting quite late So please don't stay in touch
Quem tem convivido comigo sabe que tenho vindo a desenvolver uma enorme intolerância por qualquer notícia que envolva o nome do Sr. Dr. Lopes da Mota.
Este caso, as reacções e declarações dos diversos políticos, as (re)acções de alguns magistrados, a veiculação (manipulação?) de "informação" pelos jornalistas ou responsáveis pelos meios de comunicação social e todos os comentários que têm sido publicados nos últimos tempos a este respeito são o mais claro e perfeito reflexo do nojo de gente que tem destaque neste país.
O que temos? Um país de completos "analfabetos", interesseiros, intriguistas, de gente que escarra nos valores, na ética e na deontologia e que é incapaz de um mínimo de respeito ou de, pelo menos, tentar saber "o que" e "como" se passam as coisas na realidade antes de acusar, julgar e condenar publicamente quem quer que seja.
Estas pessoas, às vezes, fazem-me perder a esperança e levam-me a pensar que não vale a pena. Nada vale a pena. Porque no final, são estes que se safam. Não os certinhos, os correctos, os respeitadores. No final, quem sai a ganhar são sempre os fihos da puta.
Pensei que já estava melhor mas afinal... Esta noite sonhei que esperava um telefonema e todos à minha volta recebiam esse telefonema menos eu. Olhava para o telemóvel, à espera que tocasse, mas nada... E enquanto todos à minha volta iam celebrando, eu sentia-me triste e sem saber o que fazer. E sempre a olhar para o telemóvel à espera da tal chamada...
Tenho de confessar que quando o blog do Arraial apareceu, fiquei com medo. Aquele template era tão piroso que tive mesmo receio do que dali ia sair. Afinal, tcharã!
Está mesmo giro! Até já estou com vontade de ir (e levar a minha mãe para participar no lançamento da pochete)!
Já que não tenho qualquer ligação a associações ou partidos, posso dizer isto sem receio dos ataques e acusações do "politicamente correcto".
Irrita-me profundamente o aproveitamento partidário das lutas lgbt. E irrita-me profundamente que haja partidos políticos à mistura na organização da Marcha LGBT. Por muito que o neguem, as suas intenções nunca são puras!
Por isso, se eu mandasse (ai,ai... isso é que era bom! :p), tirava toda e qualquer intromissão política da organização da Marcha!
Ah! E já agora, é óbvio que eu não vou para a rua manifestar-me pelo "poliamor" portanto, por favor, este ano poupem-me a essas merdas, tá?
Já bem basta o facto de a Marcha ser num dia e o Arraial noutro para desincentivar imensa gente de fora de Lisboa a ir à Marcha. Por favor, não piorem ainda mais a situação.
Tenho tanta coisa para dizer! A semana passada foi a mais difícil da minha vida. Atingi picos de insanidade que foram desde o riso nervoso ao choro incontrolável. É estranho... no final de tudo, quando devia sentir-me livre e feliz, só conseguia chorar. Não sei explicar porquê. Acho que rebentei. Deve ter sido isso. Passei muito tempo a aguentar tudo, a controlar todas as emoções, e segurar uma fachada, a usar todas as minhas forças para não ir abaixo e mostrar uma imagem forte, segura e confiante. Quando finalmente pude respirar, chorei. Chorei por tudo: felicidade, alívio, arrependimento, tristeza, medo, ansiedade. Sentimentos contraditórios? Absolutamente. Mas eu disse que estava a ficar louca, não disse?
Agora tento descansar. Recuperar, voltar a uma vida normal. É complicado. Às vezes ainda sinto, sem razão alguma, aquela volta no estômago que sentimos quando estamos nervosos. Tenho tentado, acima de tudo, manter um pensamento positivo. Não me deixar levar pelo ciclo dos pensamentos negativos que se encadeiam uns nos outros e criam um efeito bola de neve.
Gostava de voltar a este blog mas ainda não estou pronta. Daqui a uns dias, talvez...
Quase todas as minha orais em Erasmus tiveram qualquer coisa de novo para mim. Uma foi aquela que relatei abaixo em que o Professor entornou a água toda.
Outra situação caricata passou-se numa oral que me estava a correr bastante bem. Não estava nervosa, estava à vontade na matéria e conseguia responder a todas as questões que o Professor me colocava. Para terminar, ele fez-me uma pergunta na qual utilizou um termo, que agora não me consigo lembrar qual era, que eu pensei que tinha um determinado significado. Só que, entendendo aquela palavra como eu entendia, aquela pergunta não tinha lógica nenhuma! Pedi-lhe que repetisse. Ele repetiu e eu continuei na mesma. Comecei a folhear a lei, à procura da resposta mas eu nem estava a perceber a pergunta! Como tenho a mania de não ficar calada, fui dizendo coisas que pensei que pudessem estar de alguma forma relacionadas com o que ele perguntava. Mas não era nada daquilo que ele queria. Ao fim de pouco tempo desistiu e mandou-me sair. Atribui-me uma nota bastante razoável. Mas eu fiquei a matutar naquilo... Assim que cheguei a casa, fui ao dicionário e.... aaaaaaaah! Bolas! Era isto?!?! Merda, merda, merda! Tarde demais... Lição aprendida: se não sabes o significado de uma palavra, o melhor mesmo é perguntar em vez de começar a inventar!
Outra engraçada aconteceu numa outra oral para a qual eu me sentia bem preparada e por isso estava bastante calma. Muito calma mesmo. Demasiado calma... Também era com o sistema de sorteio e 20 minutos de preparação. Foram à "sala de espera" chamar-me para o sorteio. Eu lá fui, relaxada e com um sorriso nos lábios. Entrei na sala, cumprimentei os Professores e o Monitor e escolhi um envelope. Peguei e comecei a tentar abri-lo. Mas a abertura não descolava! Tentei pelo outro lado... nada! Dei voltas ao envelope e aquela merda não abria!! Comecei a ficar nervosa... A Professora levantou-se e ajudou-me. Quando finalmente consegui abrir o dito, o Professor olhou para mim com um grande sorriso e disse "pronto! A parte mais difícil já está!" (E se fosses gozar com o caracinhas, pensei eu....)
Isto pode não ter qualquer sentido, mas tenho a sensação que as coisas correm-me melhor quando ando a stressar vários dias antes. Quando levo as coisas com calma, no momento em que começo a oral entro em pânico! Quando já vou para lá em pânico, depois de começar vou acalmando. E isto é um bocado estúpido... eu sei...
Percebo perfeitamente o senhor... Coitado... Ele até é tolerante e tal e gosta muito do dinheiro, digo, dos gays! Mas só dos enclausurados! Nada de irem por ali adentro com as plumas porque o senhor tem uma mãe de 90 anos que é alérgica! E deixem as rainbow flags em casa porque este senhor não quer ficar com fama de viver à conta desse tipo de gente!
Já que não tenho tempo para pensar noutros temas...
Nem sempre as orais me correram bem. Uma vez, apenas uma, as coisas correram mal (muito mal mesmo).
Estava em Erasmus. E a oral estava marcada para a manhã. Um tema era sorteado 20 minutos antes da hora marcada sendo que durante esses 20 minutos íamos para uma sala prepará-lo. Tive logo azar com o tema (costumo ter bastante azar neste tipo de sorteios). Fui para a sala reler umas coisas, ver umas sentenças... Foram chamar-me e lá fui eu para a outra sala onde estava o Professor e o Monitor.
Comecei por falar do tema que me tinha sido atribuído. Primeiro os aspecto mais gerais do assunto... depois ele foi fazendo perguntas sobre assuntos mais complicados... E eu fui-me enterrando. Fez-me uma pergunta e eu fiquei totalmente a zero. Tive mesmo de dizer "não sei". Nesse momento deu-me uma vontade enorme de me levantar e vir-me embora. Mas o Professor não estava com vontade de me deixar ir. Mudou radicalmente de tema e aconteceu exactamente o mesmo: quando eram assuntos mais superficiais eu sabia, quando a coisa exigia alguns conhecimentos mais aprofundados eu enterrava-me... Só queria sair da sala... Queria sair de lá a correr! Mas ele não desistia!
Ofereceu-me um copo de água. Eu aceitei. Ele pegou no copo com uma mão... Pegou na jarra com a outra... Começou a verter água para o copo... A tampa da jarra caiu e ele espalhou toda a água por cima da mesa e das nossas folhas. Aí sim, eu soube, estava tudo perdido. Pediu imensa desculpa mas, mais uma vez, eu só queria sair dali... Aquilo estava a tomar contornos de tortura! Pegou numa folha, fez um desenho e colocou uma questão relacionada com o desenho. Eu nem vi bem o desenho, nem ouvi a pergunta. "Não sei" e por favor deixa-me ir embora... (pensei eu).
Finalmente ele desistiu (eu já tinha desistido há muito). E deixou-me sair. Foi das maiores vergonhas da minha vida.
Passado uma semana foi marcada outra oral para a mesma disciplina. Uma semana de Gayja Maria enfiada na biblioteca 13h por dia. Não podia voltar com uma cadeira por fazer... Isso sim, ia ser uma grande vergonha (além de que os meus pais não iam achar piada nenhuma...). Quando lá voltei, sabia tudo de uma ponta à outra. Não me escapou nada! E safei-me com uma nota jeitosa. No final, já fora da sala, o professor passou por mim e disse: "Estás a ver... Afinal não era assim tão complicado!"
Pois, até nem era. Mas fiquei traumatizada (ainda hoje sofro a lembrar-me daquele momento).
Havia um Professor que era famoso por ser desagradável com os alunos nas orais. Todos se queixavam que ele era bruto e mal-tratava os alunos. E eu ia ter oral à tarde. Diziam que de manhã ele tinha gritado com um aluno. Mais uma vez, estava uma pilha de nervos.
Chegou a minha vez. Entrei e sentei-me à frente do famoso Professor e da sua Assistente. Ambos com expressões sérias (eles devem ter uma preparação especial para fazer aquelas caras de enterro). Como ia com uma nota segura, o professor deixou-me escolher o tema sobre o qual queria falar. Disseram-me os meus amigos, que assistiram à oral, que comecei a falar devagar, a medo. Mas que passado pouco tempo, liguei o turbo e disparei matéria até ao fim. Quando terminou aquela parte, o Professor passou para outro tema. Fez-me algumas questões. No final, com um ar muito sério, fez-me uma pergunta. Olhou para a Assistente e esta esbugalhou os olhos com um ar assustado na minha direcção. O Professor estava muito sério. A pergunta era estranha mas eu sabia a resposta. Estava escrita no livro, numa nota de rodapé que eu tinha lido apenas porque tinha achado graça ao assunto. Respondi. A assistente não conseguiu disfarçar a surpresa. O Professor sorriu. Sim, ele sorriu! E disse-me que podia sair.
Passados alguns dias estava a ver umas pautas e ouvi uma conversa entre duas miúdas:
- Ai... Este professor é horrível nas orais. - Sim. Mas olha que no outro dia assisti a uma oral espectacular. A miúda não se calava. E ele até foi simpático! (...) Olha, foi com ela!
E apontou para mim. É claro que o meu ego foi à lua e voltou...
A propósito do post anterior, lembrei-me também de outra situação em que sofri bastante:
a minha primeira oral na Faculdade.
Estava marcada para a tarde e todos os alunos que tinham oral naquela tarde tinham de estar às 14h à porta da sala para responder à chamada. Andava por lá uma miúda sempre a bater com o pé, sempre de um lado para o outro, a fumar cigarro atrás de cigarro e sempre a dizer "estou tão nervosa". Só me apetecia gritar-lhe "e um par de estalos não te tirava esse nervosismo?!" Raio da gaja só estava a irritar-me ainda mais!
O professor saiu da sala, com uma folha na mão e começou a chamar pelos nomes. Depois de 3 ou 4 nomes, chegou a minha vez:
"Gayja Maria." "Estou aqui."
Olhou para mim por cima da folha que segurava à frente da cara. Passou o scanner de alto a baixo. E com o típico ar de desprezo que só os Professores de Direito conseguem:
"Nunca vi a senhora nas minhas aulas..."
Quê!?!?!? Aquela era a única disciplina cujas aulas eu tinha frequentado durante aquele semestre!!
"Mas eu fui a quase todas as aulas."
"Só se foi de História do Direito..."
Ora bem, se eu já estava nervosa, imaginem como fiquei depois desta cena... Porque é que eu não fiquei calada? E quem me meteu na cabeça a ideia de que era bom ser discreta ou não dar nas vistas? E já agora, às de História do Direito? Nem sabia a que horas eram! Idiota... Felizmente, mais uma vez, safei-me...
Hoje lembrei-me da minha oral de Introdução ao Direito, no primeiro ano da Faculdade (deu-me para isto... Será por ser semana de Queima?).
Dois dias antes da data marcada, surgiram-me bolhas nos pés que faziam uma comichão insuportável. Queria estudar e não conseguia concentrar-me por causa da comichão. O que é que fiz? O que qualquer mulher crescida e autónoma faria:
"Ó mããããããããeeeeeee!!"
Não me serviu de muito. A resposta que levei foi "vais ver que depois do exame isso passa". Mesmo perante o meu desesperado "mas eu tenho de tomar qualquer coisa! Eu não posso estar na oral com esta comichão!" a resposta foi a mesma. Desesperei. Cocei. Desesperei. E voltei a coçar.
Chegou o dia. Chegou a minha hora. Entrei. E aquilo não estava a correr grande coisa mas lá me ia safando. A certa altura: "Diga-me o que é uma obrigação natural." Blá, blá, blá, artigo tal tal, tudo direitinho. "Então dê-me um exemplo." Hum... Hum... Hum... Hum... Hum... Desistiu de esperar e saltou para outra pergunta. Já no final, eu sem saber se aquilo estava a dar para me safar ou não, diz-me "Imagine que eu fazia consigo uma aposta. Se me respondesse acertadamente à próxima questão eu passava-a, se errasse eu chumbava-a e tinha de me dar 500€."
Pânico! Pânico! Pânico!
(juro que quase vi a vida a passar-me à frente...)
"Se chumbasse, eu podia exigir o dinheiro?" "Não." "Porquê?" "Porque era uma obrigação natural." "Ok. Pode sair. E esteja descansada que ganhou a aposta."
Escusado será dizer que aquela história da comichão nos pés passou completamente e fui de férias descansadinha!
A minha vida está tão deprimente...
Estou farta, cansada, com dores nas costas, dificuldade em respirar, irritável e sempre a acordar a meio a meio da noite ou pouco antes do despertador.
Quando tudo isto acabar... não sei. Não sei mesmo.
(Não devia dizer isto, mas às vezes apetece-me desistir e mandar tudo para um sítio que eu cá sei. Outras vezes, sem nenhum motivo em especial, dá-me vontade de chorar. Depois passa...)
Sabemos que algo de muito mau se está a passar quando os tradicionais pedintes que batem à porta (e que em casa dos meus pais vão desde velhotas a bombeiros que recolhem dinheiro para o tratamento médico de um amigo, passando também por antigas prostitutas ou alcoólicos - a quem sempre foi dada uma qualquer ajuda) são substituídos por uma nova categoria: os exigentes.
Os exigentes, para já, são portugueses com mau aspecto e ar de poucos amigos ou mulheres de idade imigrantes que mal falam português. O seu modus operandi: tocam à campainha de forma ininterrupta durante alguns minutos enquanto gritam do lado de fora que querem que lhes dêem qualquer coisa.
Isto está bonito, está...
(Não tenho mesmo tempo para posts... E a minha namorada não conhecia esta música que eu cantarolo com frequência. :P)
O Vital é um Senhor.
Se fosse comigo...
E se fosse com o Rangel? Ha! Haveria de se deixar ficar... sim, sim...
(Mas isto é sério... O que aconteceu é muito sério... Que raio se está a passar neste país? Está tudo a ficar doido? Ainda há 7 dias se celebrava a democracia e a liberdade... Foda-se!)