A minha maior frustração: não ter independência económica.
Discute-se por aí se somos a geração "1000€" ou "700€".
Deixem-me que vos diga: somos a geração "0€"!
Ontem recebi um telefonema de uma amiga recém-licenciada em Medicina. A partir de Janeiro passa a ser economicamente independente e vai arrendar um apartamento com uma colega. Contou-me também que outra amiga dela acabou de comprar casa.
Eu olho para os meus colegas de curso. Todos em casa dos pais. Calculo que cerca de 80% estejam há mais de um ano a trabalhar de graça (com despesas de transporte, alimentação e roupa formal).
Quanto a mim, mesmo que tudo corra pelo melhor, começarei a obter retribuição apenas daqui a quase um ano.
Se um dia tiver um filho vai ser mais ou menos assim:
- Mãe, quero ir para Direito.
- Não vais! Vais para Medicina.
- Mas é o que eu gosto. Na escola dizem-nos que o que interessa é fazer-se algo que se gosta...
- Na escola não se aprende nada! No meu tempo também diziam essas palermices. Diz-me, de que te adianta teres o sonho e até gostares muito de ser Advogado se não tiveres escritório nem clientes?
- Ó mãe, mas eu posso seguir a Magistratura.
- Não digas disparates, meu filho... Acabas o curso e ainda tens de ficar uma data de tempo a estudar matéria que não tem fim para te candidatares juntamente com milhares de pessoas para 90 vagas. Vais para Medicina e assunto encerrado!
- Ó mãe...
- Não há cá "ó mãe" nem meio "ó mãe"! Não estou para te sustentar além dos 24 anos! Vais para Medicina e acredita no que te diz a mãmã: vais ser muito feliz!
Discute-se por aí se somos a geração "1000€" ou "700€".
Deixem-me que vos diga: somos a geração "0€"!
Ontem recebi um telefonema de uma amiga recém-licenciada em Medicina. A partir de Janeiro passa a ser economicamente independente e vai arrendar um apartamento com uma colega. Contou-me também que outra amiga dela acabou de comprar casa.
Eu olho para os meus colegas de curso. Todos em casa dos pais. Calculo que cerca de 80% estejam há mais de um ano a trabalhar de graça (com despesas de transporte, alimentação e roupa formal).
Quanto a mim, mesmo que tudo corra pelo melhor, começarei a obter retribuição apenas daqui a quase um ano.
Se um dia tiver um filho vai ser mais ou menos assim:
- Mãe, quero ir para Direito.
- Não vais! Vais para Medicina.
- Mas é o que eu gosto. Na escola dizem-nos que o que interessa é fazer-se algo que se gosta...
- Na escola não se aprende nada! No meu tempo também diziam essas palermices. Diz-me, de que te adianta teres o sonho e até gostares muito de ser Advogado se não tiveres escritório nem clientes?
- Ó mãe, mas eu posso seguir a Magistratura.
- Não digas disparates, meu filho... Acabas o curso e ainda tens de ficar uma data de tempo a estudar matéria que não tem fim para te candidatares juntamente com milhares de pessoas para 90 vagas. Vais para Medicina e assunto encerrado!
- Ó mãe...
- Não há cá "ó mãe" nem meio "ó mãe"! Não estou para te sustentar além dos 24 anos! Vais para Medicina e acredita no que te diz a mãmã: vais ser muito feliz!
5 sobreviveram ao "lápis azul":
Nunca disse nada acerca de magistrados. Mas cá em casa ultimamente tenho ouvido falar muito dos Magistrados a quem o meu pai (que é Inspector da PJ) dá aulas de tiro. E ele diz que quem tira direito é ma'zé maluco da pinha.
uma verdadeira pérola de conhecimento, gayja ;)
e engenharia hum? andam sempre em borgas e há trabalho. sempre é menos tempo que medicina:p
ou não...
Leonor, o teu pai tem toda a razão. Mas é uma maluquice tão boa! ;)
ML, ora pois. Falando com conhecimento de causa, não é?
@rco-íris, não que esses são broncos!! Não quero um filho bronco! :p
Cris, olha que sim... ;p (é óbvio que estou a brincar. Eu própria, se voltasse atrás, escolheria Direito novamente.)
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