A vida...

Podia estar aqui com um palavreado muito bonito e dizer que a vida vale a pena pelos campos verdes, pelo azul do céu, pelo sorriso de uma criança e lamechices desse género mas vou ser sincera:


a vida vale a pena pelo arroz de lampreia!!


Comékié?


- Porque é que deixas sempre isto aqui fora de sítio?


- Para saberes que sou eu! No dia em que não fizer isso, fui trocada! Os ETs levaram-me e deixaram um clone! Quando estiverem as coisas todas no sítio tu podes dizer "hei! devolvam-me a minha namorada!"

- Não! não!

- Heeeeeeiiiiiii!!

Já percebi!


Até nem gosto de estar a falar sem me ter informado devidamente, principalmente quando se trata de coisas da justiça.

Mas tenho cá para comigo que aquela história do assassino das 57 facadas em Vigo deve ter sido mais ou menos assim:

o gajo saiu de casa para curtir. Conheceu outro gajo num after, conversa puxa conversa, mi casa o tu casa e tal... Já em casa dele, mais um risquinho menos um risquinho e vai de ficar ali umas horas no bem bom! A certa altura, o gajo tem um flash e vê a imagem do cardeal Saraiva a dizer "a homoxexualidaaaade não é normal, ezz, ezz" e vai de desatar à facada em legítima defesa da heterossexualidade (foi o que o Papa lhe disse: defender a heterossexualidade como se defende as florestas), dos bons costumes e da moral religiosa católica!
É que assassinos, ainda vá que não vá, agora maricas... cruzes credo!

Ou me inscrevo num ginásio rapidamente ou em breve adoptarei um novo método de deslocação: rebolar.

Too bad to be true

Por vezes os olhos lêem mas a mente recusa-se a entender e a acreditar.

De onde me encontro neste momento, em pouco mais de uma hora me colocava numa cidade onde os membros de um júri, num julgamento penal, optaram pela absolvição de um homicida, que espetou 57 vezes uma faca no corpo de dois homossexuais, por considerarem que agiu em legítima defesa por ter medo de ser violado.

Continuo à espera do momento em que acordo e descubro que tudo não passou de um pesadelo parvo.


Via: Avenida Central

Como?!?

- O gajo não te disse nada porque tu podias querer concorrer e ele sabe que tu és muito melhor do que ele.


Uooooooooouuuuuuuu... Alguém me devolva o meu irmão verdadeiro! Ele foi trocado!!

Desilusões

Bem sei que existem pessoas interesseiras, pessoas pouco honestas, pessoas em quem não se pode confiar demasiado e por aí fora. Mas por qualquer razão, creio sempre que essas pessoas não estão à minha volta. Não porque eu tenha um qualquer poder especial que me ajuda a escolher os amigos ou até os meros colegas com quem tomo café ou fumo um cigarro. Simplesmente parto sempre do pressuposto de que as pessoas não têm razão nenhuma para agir de forma menos correcta.

Bem sei que estamos todos no mesmo barco, que as ofertas de emprego escasseiam, que em qualquer concurso para um lugar concorremos todos para o mesmo. Mas quando concorro para algo que outros amigos ou conhecidos com quem simpatizo concorrem, não sinto que estou a concorrer contra eles. Estou simplesmente a concorrer para o lugar e a dar o meu melhor. Mais nada.

Logo, quando falo com essas pessoas, não tenho qualquer problema em dizer que vou fazer "isto" ou "aquilo", ou que surgiu "esta" ou "aquela" oportunidade. Aliás, se tenho conhecimento de algo que pode interessar a pessoas amigas ou conhecidos próximos, informo-os ainda que dessa forma possam vir a concorrer comigo. Porque não o faria, sabendo que lhes interessa? Afinal desejo ou não desejo que tudo corra bem aos que me rodeiam? E se por acaso, no final, um desses passar à minha frente, qual é o problema? Ainda bem que conseguiu! Se eu não conseguir, conseguirei para a próxima ou conseguirei outra coisa qualquer.

Porque se assim não for, passaremos todos a estar em competição com todos. Que raio de colegas seremos, então? Daí a andarmos todos a dar facadas nas costas uns aos outros, é um passinho!

Posto isto, bem podem fazer de mim burra ou agir de forma pouco transparente que não será factor suficiente para eu deixar de continuar a ser totalmente honesta.

"Ha! Esses já sabem como a vida é e tu parece que ainda não sabes..."

Pois, não sei nem quero saber.
Não vou alterar a minha postura em função da dos outros.
Vou passar a ter mais cuidado e não me expor tanto para jogar segundo as mesmas regras que eles? Antes pelo contrário!
De mim continuarão a receber a maior transparência e assim estarei sempre em vantagem. Poderei ser espontânea, não terei de ter cuidados para não entrar em contradição e conseguirei dormir à noite sem peso na consciência. Por sua vez, essas pessoas sofrerão o peso constante da mentira, da ocultação e nunca poderão ter uma conversa totalmente franca sob pena de serem apanhados. Quem fica a perder, afinal?

Em relação às pessoas interesseiras (que nem se dão ao trabalho de disfarçar) o tratamento é outro (lembram-se daquela característica que tenho de considerar que quem passa uma certa linha "morre"?): atendo o telemóvel uma vez e não atendo, mesmo, nunca mais.


Não é um capricho.
É uma necessidade para salvaguardar a minha sanidade mental cuja falta começa a afectar o que me rodeia.

Só queria poder relaxar...


Mas não posso...

Momentos perfeitos 3


Momentos perfeitos 2

Momentos perfeitos 1

Dia de responder a desafios!

Não sou grande adepta deste tipo de cenas. Mas como hoje não me apetece estudar e qualquer desculpa serve, cá vai!

Ali no mEiA vOlTa pediram-me que enumerasse 6 características minhas. Primeiro pensei inventar aqui uma quantidade de tretas bonitas e pintar-me de cor-de-rosa mas depois achei melhor dizer a verdade.
Ora bem,

1. inteligente

2. culta

3. gira de morrer

4. boa como o milho

5. super simpática

6. amorosa


Ah! Bolas. Era para dizer a verdade, não era? Ok, ok... Agora é que é mesmo:

1. Dizem que sou exigente. Sou-o principalmente comigo (o que me traz enormes problemas de consciência) mas também com os que me são próximos.

2. Gosto de ter tudo controlado e odeio ser apanhada de surpresa. Como sou bastante controladora, passo-me quando algo na minha vida fica além dos meus tentáculos...

3. Tenho um núcleo reduzido de valores dos quais não abdico por nada [ha! o outro também pensava assim até que lhe meteram a cabeça numa jaula com ratazanas (ou qualquer coisa do género, já li há muito tempo...) e lá se foi tudo!]. Mas são mesmo só os que considero essenciais, o que me permite ser tolerante numa medida saudável.

4. Perdoo com muita facilidade e não consigo ficar chateada muito tempo mas quando alguém ultrapassa uma certa linha... não há como voltar atrás: morreu.

5. Sou teimosa, chata e não desisto enquanto não conseguir o que quero!

6. Adoro estar com pessoas, conhecer pessoas diferentes e aprender com elas.


Por sua vez, ali no Nascidos do Mar querem que eu exponha 5 manias. Esta é fácil!

1. Tenho a mania que controlo tudo à minha volta.

2. Tenho a mania de contar o tempo para trás (por exemplo: se tenho de estar lá às 9h, tenho de sair às 8.30h, portanto tenho de acordar às 7.45h mas como ainda tenho de pôr gasolina é melhor acordar às 7.30h ou às 7.25h para ter tempo de tomar café - a minha namorada ri-se quando me vê pensativa a olhar para o despertador :P)

3. Tenho a mania que vou salvar o mundo!

4. Tenho a mania de pôr 5 ou 6 colheres de cola-cao no fundo da caneca e acrescentar só 3 ou 4 gotinhas de leite de forma a fazer mousse para depois encher a caneca de leite e ir comendo, com uma colher, o chocolate que ficou no fundo.

5. Tenho a mania de pôr batatas-fritas na sopa.


Finalmente, outras Senhoras pretendem saber da minha relação com os famosos 7 pecados. Como eu não acredito em pecados, posso dizer que não peco!
Mas para não estarem sempre a dizer que sou mau feitio, cá vai:

1. Avareza: felizmente não sofro disto.

2. Gula: este pecado é um prazer. Sou gulosa, sim! E com muito orgulho! Ok, o pecado da gula vai além da mera relação com a comida... Então, quando entendido lato sensu, eu não chamo a isso gula mas sim ambição. É mesmo coisa de católicos estar a punir quem não se satisfaz com pouco...

3. Inveja: ultimamente tenho sofrido um pouco disto. É que olho à minha volta e vejo pessoas com uma vida normal e tranquila e fico cheia de inveja. Mas tudo controladinho.

4. Ira: confesso, sou uma pecadora. Mas nunca permito que tal sentimento me deixe descontrolada. Sou até bastante fria e calma quando este pecado me invade.

5. Luxúria: minha gente... Mas a vida existe para algo mais do que para disfrutar dos prazeres? Estes católicos são doidos...

6. Preguiça: como pode uma workaholic ser preguiçosa? lol

7. Soberba: tudo com o seu peso e medida. É óbvio que tenho imenso orgulho em algumas coisas que faço e às vezes, muito raramente, uso teatralmente um pouco de arrogância para desarmar o meu interlocutor. No dia-a-dia ou como característica da personalidade, quero a soberba bem longe.

E, como diria o outro (aquele das orelhas grandes), that's all, folks!

(Não, não vou passar a ninguém porque para distracções já bem bastam os twitters! Ide trabalhar! ;P)

Chamaram-me

workaholic.

Acho que sou demasiado nova para o ser.
Mas torna-se cada vez mais óbvio que sofro de qualquer coisa...

Para acabar a semana em grande,

deixo aqui uma confissão que vai garantir o meu total ostracismo por parte da comunidade lgbt.



Não fiz por mal. Simplesmente aconteceu...




Eu tenho um fraquinho pela Rita Lobo Xavier.


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Voz da consciência:

Hai... Gayja Maria... Às vezes, se estivesses calada fazias tão melhor figura... Andaste praí a falar mal da Fernanda Câncio e afinal... Vê lá se aprendes, sim?

Há que lhe tirar o chapéu.
Depois de uma prestação "comme il faut" no Prós e Contras, vejam o que escreveu aqui (via cacaoccino).

Palermices públicas (2)

Anda tudo maluco com o que disse o cardeal Saraiva Martins.
Pois eu acho que já descobri qual foi o problema do senhor!!

É que ele interpretou tudo mal! (coitadinho... também não se pode dizer que alguém com a sua formação seja propriamente um perito em interpretação de textos... enfim, vamos dar-lhe o desconto...)

Ele diz que "A homossexualidade não é normal (...) no sentido de que a Bíblia diz que quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio professado pela igreja (...)."

Ora bolas! Então nós vamos levar a sério alguém que diz que a Bíblia deve ser interpretada literalmente e como tal ainda acredita em toda aquela historinha do paraíso, dos gajos que por lá se passeavam nus num total "peace and love" e da cobra que falava?

Além disso, o senhor nitidamente não percebeu o sentido do texto.

Diz-se que deus criou o homem e a mulher, precisamente para que o homem pudesse amar o homem e a mulher pudesse amar a mulher!

Se só tivesse criado o homem tínhamos todos de ser maricas! Por isso, criou a mulher para que pudessem existir também fufas!

Eu cá acho que esse deus até foi um fixe!!

Evolução da língua portguesa


- Não acredito que acabaste com as bolachas de chocolate... Como foste capaz?! Como?! Sua... sua... sua... Salter Cid!


4 dias

4 dias bastaram para concluir que o Twitter é assustador e não vai de encontro ao meu perfil.

Bem sei que a ideia de poder "mandar bitaites" assim que me vêm à cabeça pode ser aliciante, mas é também a maior inimiga da racionalidade e ética humana.
Desde pequena fui ensinada a pensar 2 ou 3 vezes antes de fazer ou dizer algo, o que muitas vezes é complicado cumprir (veja-se, a título de exemplo, as palermices que por vezes "disparo" para este blog). Ora, se já em circunstâncias banais do dia a dia me defronto com este problema, como é possível que se tenha criado um sistema que fomenta isso mesmo?

Qual é a intenção? É claro que o resultado só poderia ser um: cerca de 80% do que lá encontrei é verdadeiro lixo.

Uma outra questão que me tem assustado e levado até a barafustar que nem uma louca em direcção ao computador, é o tempo que as pessoas perdem (e sim, PERDEM!) com conversas que são tidas em horário de trabalho! A minha questão é: aquele pessoal que passa ali a manhã e a tarde a twittar está todo desempregado?!? É que a dimensão é assustadora!

Estas razões são suficientes para eu ter já uma relação muito estranha com o Twitter.
Irrita-me!
Não consigo controlar: o twitter revolta-me.

Além disto, eu percebo que as pessoas gostem de escrever para lá umas coisas e de "mandar bitaites" (também eu gosto!).
A parte que me passa totalmente ao lado é aquela em que é suposto acompanharmos o que os outros dizem. Quero lá saber do que disse este há 10, há 8, há 4 e há 2 minutos em 140 caracteres! Que seca!
Não sei como há pessoas com paciência para aquilo!

Terminando: por estas razões, 4 dias de Twitter já chegaram para mim. Ufa! Estou fora!

Palermices públicas

Tive uma ideia brilhante!

Vou dizer:

Aquele Pedro Duarte foi um erro de casting. Não sei, nem quero saber, a sua orientação, mas falta-lhe homem.

Amanhã vou dizer que alguém entrou aqui e usou a minha password! Juro que não fui eu! (sim, sim, ponho a ética totalmente de lado, mas que se lixe! Eu tenho é de olhar pela minha pele!)

E depois de amanhã, de certeza que os meus amigos me vão dar abracinhos e beijinhos e estar muito solidários comigo e com a tragédia que se tinha abatido sobre este blog!



Pensando melhor, gosto demasiado deste espaço... ;P
Não me importa quem ganhou ou quem perdeu no debate.

Não me importa quantas pessoas o viram.

Não me importa se alguém mudou de opinião.

Só me importa isto:

hoje, o meu pai,
que há pouco mais de dois anos me insultou, que desde então nunca abordou o tema da minha homossexualidade, à frente do qual nunca me atrevi a dizer o nome das minhas namoradas e tenho sempre de pensar 3 vezes antes de dizer algo que envolva a minha homossexualidade e de quem sou obrigada a ocultar uma grande parte da minha vida,

sabendo qual era o tema do programa Prós e Contras, quando terminou o trabalho,

veio sentar-se no sofá ao meu lado, mostrou saber bem quem era Miguel Vale de Almeida, esteve atento e interessado enquanto lhe explicava quem era cada uma das pessoas do "pró", ouviu atentamente a minha explicação sobre a razão porque nunca poderemos aceitar uma figura semelhante ao casamento mas com outro nome, deixou-se vencer pela minha argumentação contra a pretensa prosmicuidade dos homossexuais como fundamento para a sua discriminação na doação de sangue e mostrou-se (sem ser necessário eu dizer qualquer coisa) totalmente a favor da adopção por casais homossexuais (o que nem a minha mãe é...).


Isto, sim, importa e é já a maior das vitórias.
Acabei de ver a 3.ª parte do Prós e Contras com o meu pai.

Ele veio sentar-se ao meu lado a ver o programa.

Discutimos até algumas questões... Disse algumas palermices mas levou nas orelhas e ficou caladinho...

Uooouuuu...

Surreal...

"Debate"

Diz o padre que o casamento é anterior ao Estado. Erra.

O casamento como contrato só existe no Estado que o regula e reconhece. O que existe antes disso é uma união entre duas pessoas. União que pode ocorrer entre pessoas de sexo oposto ou do mesmo sexo. Ao Estado, regulador do contrato, cabe reconhecer o que lhe é anterior: a união por afecto.

Há dúvidas?

Relembrar

Em relação ao programa de logo à noite (quem tiver coração para aguentar, não esqueça: às 22.30h na RTP1), as expectativas são as piores.

De que outra forma poderia ser se, em primeiro lugar, é um debate infrutífero à partida, pois de forma alguma os defensores dos direitos humanos poderão ceder nas suas pretensões (e se não se trata de um tema em que pode haver cedências de parte a parte, que tipo de discussão ou debate é possível?) e, em segundo lugar, o próprio título do programa ("Em nome de valores") deturpa já à partida a questão que pretende tratar.


Devo confessar que estou mesmo curiosa...

Palerma todos os dias...

- Ando para te dizer isto há algum tempo mas depois esqueço-me sempre. Tu já viste a saca que tens aqui no armário?

- Não... Que tem?

- Já viste o que tens aqui?

Entrega-me um envelope que diz «para a Gayja com um beijinho da avó». Abro-o e lá dentro estão 30€.

- Aaaaah!

- Pois... Que são estas coisas?

- Txi!! São prendas do natal de 2007!!


Só a mim... Vou ali autoflagelar-me um pouco e já volto.

Havia de ter sido comigo...

Qualquer coisa não está bem quando membros de um grupo de agentes da PSP, que manda parar dois jovens que vão na rua à noite, cheiram a álcool e dizem coisas do género:

«Não percebo estes putos de hoje que fumam drogas e bebem álcool em vez de irem às putas!»

E pior está ainda quando esses jovens seguem calmamante o seu caminho em vez de se dirigirem imediatamente ao posto mais próximo para denunciar a situação.

Comparações parvas

- 25?!? Ele já foi mesmo para a cama com tantas miúdas?

- Eu acredito. Só contando as que eu sei, já dá quase esse número. É bem provável que já tenham sido mais de 25.

- Fogo...

- Pois! Estás a ver! E eu que sou mais velha tenho este número minúsculo! Não está bem!

- Oh! Mas pensa comigo. Ele teve sexo com essas miúdas mas muitas delas terão sido só uma vez, não?

- Sim.

- Então vamos fazer uma média. Terá sido aí umas 4 vezes com cada?

- Umas mais, outras menos. Sim, deve andar à volta disso.

- Então: 4 x 25 = 100 vezes que ele terá tido relações sexuais. Ora faz as tuas contas.

- Ah! Bem visto! Txi! Coitado! Da próxima vez que vier com esse paleio já vai levar resposta!


Palermices...

Muito importante!

Aviso para quem consegue ver este tipo de debates sem se incomodar:



Tenho o pressentimento que não vou aguentar até ao fim...
Tenho uma dificuldade tremenda em conceber debates sobre assuntos que não são passíveis de qualquer tipo de discussão.


Discutir a admissibilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo é tão ridículo quanto discutir a admissibilidade do direito à liberdade individual. É que os direitos não carecem de admissão, impõem reconhecimento. Ponto final. Não há debate possível.


Assim sendo, aos que amanhã estarão do lado da defesa de direitos humanos, não desejo sorte... desejo muita paciência.

(desabafo) - 2

Hoje é dia 15 de Fevereiro e toda a vida social que tive em 2009 pode ser exposta em 14 palavras: duas idas ao cinema, um fino no piolho à noite, um café à tarde.

(ainda bem que não habito perto de uma ponte...)


Merda.

Ainda por cima hoje é Domingo... Odeio Domingos!


(desabafo)

O mais frustrante de andar zangada e triste comigo própria (puta que pariu a ética e a auto-responsabilização) é a incapacidade que daí decorre de dar à mulher que amo todo o carinho e mimo que ela merece o que, por sua vez, aumenta ainda mais a minha tristeza.
Que merda.

Esta malta gosta de chatear

Se especialistas da genética (bem como, numa perspectiva muito mais simples, Matt Ridley em 1999) já afirmaram, reafirmaram e voltaram a afirmar que os estudos de Dean Hamer (1993) não são cientificamente atendíveis, que credibilidade se pode atribuir a um "sociólogo, filósofo, economista político" (ou o raio que o parta) que em 2002 escreve sobre a perspectiva da evolução da técnica aplicada à genética e as questões éticas que esta levanta, partindo do pressuposto da veracidade inquestionável das afirmações de Dean Hamer e da existência de um gene gay?

Ainda por cima "gasta" um capítulo a levantar não-questões. É isto um "intelectual"?


Já agora, caso alguém tenha interesse, vejam aqui isto.

Nerd?

Lindo, lindo é ler as considerações de um sociólogo, filósofo, economista político (estas categorizações são tão interessantes...) americano em relação à democracia liberal, escritas em 2002, sob a forma de certezas científicas.
Com isto iniciei um novo tipo de anotações na margem do texto: "lol" e "já era!".

Porque insisto?


- Amas-me?


- Hum... Que dia é hoje?

- 14 de Fevereiro.

- Da semana...

- Sábado.

- Ah! Não. Não. Sábado é o meu dia livre!

O dia de mais uma palermice qualquer...

O dia dos namorados é uma das maiores palermices que o ser humano inventou.

É mau a todos os níveis.


A única vantagem que consigo vislumbrar que tal celebração possa ter será, eventualmente, o facto de este ser o único dia do ano em que @ namorad@ é querida e atencios@ com @ outr@.

Ora vejamos:

1. Para quem namora, esta celebração impingida é estúpida porque:

- para quem ama de verdade, um dia no calendário marcado por razões externas ao casal não tem qualquer significado nem se diferencia dos outros dias de forma alguma;

- assim como o natal, aquele é mais um dia aproveitado para lançar apelos consumistas levando, por vezes, as pessoas a sentirem-se na obrigação de comprar qualquer coisa ainda que, motu proprio, não o pretendessem fazer;

- para aqueles casais estranhos que não fazem ideia do que é manter uma relação com base no respeito e carinho mútuo diário, este dia é aproveitado para adoptar um comportamento oposto e fomentar ainda mais a ilusão de que são felizes e estão muito bem juntos.


2. Para quem não namora, esta celebração é estúpida porque:

- todo o marketing que a rodeia induz o pensamento de que é fundamental ter um(@) namorad@ ou uma cara metade e só quem o tem é feliz, como se não fosse possível uma existência plena e uma vida feliz a nível individual sem outra pessoa;

- as pessoas que não têm uma "cara metade" e desejam muito tê-la, vivem mais intensamente essa falta nesse dia, podendo até levar a que pensem que têm algo errado ou que são "miseráveis" e infelizes por estarem sozinh@s.


O.k., se calhar eu não tenho nada contra o dia d@s namorad@s em si, mas sim contra a disseminação e propaganda da ideia de que temos todos imperativamente de ter alguém do nosso lado durante toda a vida para podermos ser felizes, o que não passa de uma enorme subvalorização da individualidade humana.
É estúpido! E está errado!

Luz ao fundo do túnel

Uma vez que nos últimos tempos o único factor que me faz levantar da cama todas as manhãs é a certeza de que um dia todo este pesadelo vai acabar e eu poderei viver uma vida absolutamente banal com horários de trabalho e dias de descanso, (invadida por um estranho sentimento de esperança) cumpre colocar a seguinte questão:

alguém tem alguma ideia de como é o espaço onde se realiza a próxima Lesboa?

Modernices

A sério que já tentei. Mas passa-me totalmente ao lado.

Esta moda do Twitter é demasiado para mim! Estou a ficar velha para estas cenas!
Ter um blog já dá uma trabalheira danada e "rouba" imenso tempo (apesar de este estar bastante morto)!

Para quem anda pelo Porto:

Hai... Se eu fosse uma rapariga livre, leve e solta... ;)

Durante a tarde (3):


- Aliás, vou fazer uma T-shirt que diga "Eu sou um semáforo de gayness"! Depois, quando passar na rua por uma gaja boa, viro-me para ela e digo "oh, oh! Está vermeeeelho, não podes passaaaaaar!"

(E depois pisca-me o olho! Isto hoje está bonito...)

Durante a tarde (2):


- Agora, por tua culpa, não me sai essa música da cabeça! Mas eu sim, posso cantar essa canções! Porque eu, toda eu... sou um semáforo de gayness!


(e ao mesmo tempo esbracejava qualquer coisa que se assemelhava à coreografia da música YMCA...)


lol lol lol

Durante a tarde:


- In the navy... tralalalala, in the navy... tralalalala...


- Vês porque é que eu digo que tu és "tão fufa"?? Até as canções que tu cantarolas são tremendamente gays!

- O quê?? Não me digas que achas que eu tenho uma "bicha" dentro de mim...

- Onde ela está, meu amor, eu não sei. Se por dentro, por cima, por baixo ou aos lados... Mas que está, está! E sinais disso é o que não falta!




(Este post foi feito sob coacção! Jamais, no total domínio das minhas capacidades, eu admitiria que estava a cantarolar tal música...)

À noite, no sofá:


- É pá! A sério, tu alguma vez tiveste uma conversa de "gaja para gaja" com a tua mãe?


- Não... Porquê?

- Nota-se! Como é possível que ela diga que tu não tens sinais?? Tu és tão fufa!!

Nostalgia...

Lembras-te da neve que "comeste" naquele dia em que mandamos o estudo para as "urtigas"? ;P

Mesmo a calhar:

"Mas eu tenho a certeza de que ninguém – ninguém – acredita deveras que não é livre, ninguém aceita sem mais que funciona como um mecanismo inexorável de relojoaria ou como uma térmita. Uma pessoa pode considerar que optar livremente por certas circunstâncias é muito difícil (entrar numa casa em chamas para salvar uma criança, por exemplo, ou combater firmemente um tirano) e que é melhor dizer que não há liberdade para não se reconhecer que livremente se prefere o mais fácil, quer dizer, esperar pelos bombeiros ou lamber a bota que nos pisa a garganta. Mas nas tripas sentimos qualquer coisa que insiste em dizer-nos: «Se tivesses querido…»"

Fernando Savater, Ética para um jovem, pp. 27 e 28

Confissões

- Ó! Toda a vida foi assim!
Quando era mais pequena, era porque os miúdos andavam todos na rua a brincar sem os pais a controlar e os meus pais não me deixavam ir com eles.
Depois era porque eu não era baptizada e a minha professora obrigava-me a rezar ou a funcionária perguntava-me o que ia ser de mim quando morresse.
Depois foi quando a escola organizou um "passeio da escola" no âmbito da disciplina de Religião e Moral ao qual eu fui a única a não poder ir por não estar inscrita nessa disciplina. Ainda por cima obrigaram-me a ser a única aluna da minha turma na escola naquele dia.
Depois eram as missas da Páscoa e de Natal numa Igreja perto da escola que dispensavam os alunos que lá fossem, de assistir às aulas. Adivinha quem era a única aluna na aula de Educação Visual?
Depois foi nas aulas de Educação Física em que o professor punha as meninas a dançar e os meninos a jogar futebol. Eu não queria dançar e os meninos não me deixavam jogar com eles.
Depois era porque todos saíam à noite até à hora que lhes apetecesse e iam onde queriam e eu tinha de estar à meia-noite em casa e estava proibida de ir a alguns sítios. Sentia-me a única ET do grupo e alguns putos gozavam comigo por isso.
Finalmente ainda tive a reacção dos meus pais quando lhes disse que era lésbica.
Depois de tudo isto, alguém discriminar-me pela minha "gayness"... O que é isso? "Peanuts"!!


E o nosso "Milk"? Ainda vai demorar?

- Eles têm razão... Se todos saíssemos do armário isto dava uma volta...

- Sim, mas não vale a pena iludirmo-nos. Mesmo havendo leis que o proíbem, o racismo e a xenofobia continuam a existir. Com os gays passa-se o mesmo. Não ia deixar de haver discriminação.

- Mas ia haver muito menos! Olha o exemplo das lutas raciais! Ainda há discriminação mas há cada vez menos! Foram à luta e ganharam! Só que eles têm a sorte de não poder esconder a cor da pele!




(Mais ninguém deu pela falta de um grande plano da "rainbow flag" a descer sobre o edifício da Câmara no filme "Milk"?)
Quando "demos o litro", quando fizemos sacrifícios, quando abdicamos de muito do que gostamos, como nos preparamos para o fracasso?

Uma pequena palavra para muitos, uma grande evolução histórica para a minha mãe!

Este dia vai ficar para a história!

Hoje foi o dia em que a minha mãe disse, no meio de uma conversa e de forma natural:

«bla bla bla e ela é tua namorada bla bla bla...»


Estou sem palavras...
No semáforo:

- És tão bonita... Ficas linda iluminada pela luz de travagem do carro da frente.

- Ai sim...? Estás a dizer que fico linda iluminada por luz vermelha? Estás a dizer que a red light me fica bem? Estás a dizer que eu ficava bem era no red light district??

- Estás a extrapolar! Estás a extrapolar!


;P

Ando a matutar há algum tempo...

Dizem que somos um país de doutores.

Doutor práki, doutor práli...
Qualquer badameco licenciado (mesmo com essas novas licenciaturas de 3/4 anos) já é doutor.

Senti muito bem isso quando me licenciei. De um dia para o outro, deixei de ser tratada abaixo de cão para ser tratada como Senhora Doutora por pessoas que não conhecia de nenhum lado.
No início foi muito estranho.
Aquelas palavras antes do meu nome traziam um peso. Sim, eu não me sentia "mais". Quer dizer, sentia-me "mais" sim: sentia-me mais limitada!
De um momento para o outro parecia que tinha de passar a ter mais cuidado com o que fazia, com o que dizia, com o comportamento em geral. Senti mesmo um aumento da responsabilidade. E tudo porquê? Por 2 palavrinhas antes do meu nome! Enfim... Agora já me habituei.

Mas onde eu queria chegar não era aqui.

O que eu queria dizer é que julgo que nós não somos um país de doutores. Somos um país de "meninas".

"Ó menina, traga-me um cafezinho!"
"Ó menina, não tem um tamanho abaixo?"
"Ó menina, faça-me um favor."
"Ó menina, hoje faça arroz para o jantar."

Passo-me! Passo-me com esta gente! "Ó menina"?!?

Primeiro: cada vez mais as pessoas atrás de um balcão são licenciadas. Logo, se as encontramos num sítio, são senhoras doutoras, se as encontramos noutro já são "meninas"?

Segundo: muitas das pessoas que trabalham em lojas ou restaurantes ou cafés ou o que seja, não são licenciadas mas nem por isso merecem menos respeito! Lá por não ser licenciada isso dá direito às outras pessoas de me tratarem como se fosse uma criança? Mas que raio de lógica é esta?

Terceiro: ainda que a pessoa que me está a servir seja mais nova do que eu, isso não me dá qualquer tipo de superioridade nem a diminui no respeito que merece. Se não a conheço de lado nenhum, no mínimo trato-a por Senhora.

Dizem que, comparados com os outros países, somos muito formais neste tipo de tratamentos. Eu cá acho que somos é incoerentes!


Não tenho nada contra os formalismos e acho que são até bastante úteis para manter um distanciamento saudável nas relações (meramente sociais ou de trabalho) mas acho que devem ser aplicados a todas as pessoas e não apenas a quem tem em casa um canudo a ganhar pó.

Vai "buscuá-la"

- Mandei-te um mms, viste?

- Vi. Estavas de pijama. Também mandaste para as outras?

- Não, mandei só para ti.

- Aaaaahhh... Estava a ver...

- Para as outras mandei sem pijama!!
Coisas que fazem rir às 3:21h da manhã:

um Excelentíssimo Conselheiro do Supremo que, citando uma obra da sua autoria, se refere à mesma como «obra prestimosa».

Haja paciência...
Estou um caco.

Noite difícil...

4h
Vou deitar-me que isto já não está a render...

5h
Bolas. Porque é que acordei? Bem, virar para o outro lado e continuar a dormir.

8,26h
Ok, ok! Já toda a gente nesta casa ficou a saber que o despertador não tocou e já devias ter saído mas não há necessidade de fazer tanto barulho! Há quem precise de descansar! Virar para o outro lado e dormir.

9,18h
Sms: "Maria tás acordada?" Por acaso não estava!

10,22h
Sms: "Ainda dormes?" Graças a ti, já não!!

11h
Despertador. Nããããããããoooooooo...
Como esta cena de estar sempre debruçada sobre os livros afecta gravemente a minha coluna (sim, sou muito fraquinha...), um amigo fisioterapeuta indicou-me em Outubro alguns exercícios que devia fazer diariamente (a parte dos exercícios até tenho cumprido... a parte do diariamente é que já nem tanto...).
Coisas simples. Entre outras, dobrar-me para tentar chegar com as pontas dos dedos ao chão tendo as pernas esticadas.

Hoje, finalmente (!!), consegui tocar no chão!! Consegui!! Consegui!!

(nem quando era miúda e praticava 2 ou 3 desportos ao mesmo tempo conseguia)

Para compensar, hoje tornou-se oficial: atingi níveis de celulite nunca antes vistos.

Hai... esta vida está difícil... ;p
Haverá sensação mais desanimadora do que a de que já não vale a pena estudar?

"gap" geracional

Conversa ao almoço com meu pai e irmão:

Gayja: Não percebo o que estes putos têm na cabeça! Estão sempre a arranjar problemas, sempre a meter-se em sarilhos... No meu tempo não era nada disto!

Irmão da Gayja: Pois... Eu há uns dias safei um sobrinho da M. num bar onde houve uma rusga. E depois assisti a uma cena de um pai ir buscar uma miúda dentro do bar e ela a fingir que tinha o telemóvel avariado. Levou um raspanete à entrada do bar...

Gayja: A sério que não entendo. Os putos de hoje só se enterram!

Pai da Gayja: Ó... Até parece que tu não eras tal e qual...

Gayja: Claro que sim! Ou até pior! (em tom de desafio) Mas nunca fui apanhada!

;)
Estou tão farta de estudar!


Estou tão farta de estudar!



Estou tão farta de estudar!



(Era só uma experiência... Podia funcionar como o Beetlejuice e aparecer um anão verde que me levasse para a Terra do Nunca onde eu não mais teria de estudar sob a pressão dos prazos!)

Quando eu for grande

quero, pelo menos, chegar aos calcanhares de Francisca Van Dunem.