Sobrevivência

De vez em quando parece que a vida me põe à prova. Seria como se dissesse: "ok, vamos lá a ver se tu mereces andar por cá!"

O teste mais recente com que me presenteou passou-se numa casa numa aldeia com "a namorada".
Chegamos à dita casa e era preciso ligar duas botijas de gás (uma que ligava ao fogão e outra ao esquentador). Um senhor simpático e prestável, já com a sua idade e convencido que nós, na nossa condição de mulheres jovens e citadinas, não seríamos capazes de ligar as ditas (enfim... os homens têm de se sentir úteis de alguma forma, não é?) ofereceu-se para proceder à dita tarefa.

Lá começou a tentar ligar a primeira mas aquilo não estava fácil...
Nós sabíamos como se ligava mas ficamos quietinhas e caladas no nosso cantinho com aquele ar de donzelas indefesas muito gratas pelo salvamento!
Finalmente a primeira botija ficou ligada. O senhor levanta-se e começa a olhar em volta à procura de algo.
"Que procura ele?"
Encontra. Por cima da lareira, uma caixa de fósforos. Abre-a. Tira um pauzinho de ponta vermelha. Eu e a "namorada" olhamos uma para a outra sem entender o que se passava.
Os nossos olhos diziam "não... tu não estás a pensar o que eu estou a pensar, pois não?!"

O senhor acendeu o fósforo. "A namorada" não aguentou:
- O que está a fazer?
- Estou a ver se tem alguma fuga de gás.

Aproxima a chama da botija. A minha respiração sustem-se...
Uuuuuuffffffff.....
Não há fuga.

Desta já nos livramos! Passa então à ligação da outra botija. Desta vez está ainda mais complicado. Finalmente consegue ligá-la. Volta à procura de algo. Mas a caixa de fósforos está vazia. YES!

Continua à procura... Um isqueiro. Encontra um isqueiro!
Nããããoooo....
Eu começo a olhar em volta...
"Ora bem... Se me safei da primeira, a probabilidade de me safar agora é ainda menor... Ai... Para onde posso eu fugir sem dar um ar de histérica e sem que o senhor leve a mal nem perceba que eu o acho completamente louco!
Uma parede. Bem, de alguma protecção há-de servir... Ou não... Bem, que se lixe, é a única hipótese."
Quando ele acende o isqueiro eu vou lentamente desviando-me para trás da parede. Agarro a manga do casaco "da namorada" e começo a puxá-la para junto de mim sem que o senhor se aperceba. Ele encosta o isqueiro à botija...

Uuuuuuuffff.......
Estamos safas...

Ande lá, senhor! Vá-se embora que eu quero encher a minha namorada de beijos por termos sobrevivido!!

("a namorada" diz que sou exagerada... ;p Será? Ou será que simplesmente tenho amor à vida?)

6 sobreviveram ao "lápis azul":

Anônimo disse...

Os vossos anjos protectores estão atentos! ;)

Gayja disse...

Não se acredita nessas coisas por estes lados..........

Anônimo disse...

até chegar o dia...

Gayja disse...

Até chegar que dia? O dia em que se modificam as crenças? Não me parece...

Anônimo disse...

Não se zangue...

Gayja disse...

Txi... Para esta Gayja se zangar é preciso tantoooooo....