Coisas que não percebo

Então o Michael Jackson que, pelo que consta, não fumava e nem tinha barriga de quem come e bebe em doses abundantes, morre de ataque cardíaco e o Alberto João Jardim..........?
Morreu o único cantor por quem eu tive uma grande pancada.

Por pancada entenda-se: todos os albuns desde "Off the wall" (edições limitadas incluídas), mais de 100 posters ou imagens, capas da escola cobertas com imagens dele e uma cena de birra quando não me deixaram ir ao concerto em Lisboa (ainda nem 10 anos tinha).

Que cena...
(à procura de rumo para este blog)



Tenho uma ideia:

próximo ano podiam convidar o Tony Carreira para padrinho da Marcha!

É oficial:

o meu pai furta cigarros da minha carteira às escondidas.


Está na altura de começar a andar com uns objectos "íntimos" na carteira para o assustar!
Muahahahahaha!

Ai, ai, ai...

Ó meu rico São Joon
Ai que grande turbilhon
Deito-me nesta manhã de Veron
Prá acordar c' uma ressaca de con!


(Porque é que não se deve escrever posts de manhã? Pois...)

Logo à noite,

além das voltinhas tradicionais, ir espreitar a novidade:



E já sabem: se virem uma miúda gira, eu sou a que está a sorrir ao seu lado!


(O cartaz parece feito de propósito para este blog! Fica mesmo bem! ;P)

Não há pior estado do que o da incerteza, da espera, da ansiedade... É estar no fundo de um precipício segurados apenas por uma corda na expectativa, sem saber se nos vão atirar outra corda para podermos subir ou se vão cortar a única que nos aguenta. Às vezes ouvimos umas vozes lá em cima mas, como não sabemos o que vão fazer, ficamos com uma sensação de pânico e felicidade ao mesmo tempo. É de loucos...
É terrível. Dá cabo de tudo. Da estabilidade emocional, do equilíbrio mental, da capacidade de concentração.
Quando se arrasta por meses, deixa-nos de rastos... autênticos cacos...
Devia ser proibido...

Programa para amanhã:



(já vi alguns blogs com um post assim parecido e não quis ficar atrás... ;P )

estranho...

Não quero que me interpretem mal. Admiro muito a rede ex aequo (que, para quem não estudou latim, se lê écs aiquó e não ézéco como tanto se ouve...) e acho que é das melhores coisas que este país tem. Aliás, se me saísse o euromilhões, parte do prémio ia para essa associação.

Mas há aqui uma coisa que me está a causar alguma comichão: então dia 20 (dia em que, para os que têm memória de peixe, se realiza a Marcha LGBT em Lisboa) o grupo da rede ex aequo do Porto, em vez de arranjar um autocarro para levar o pessoal a Lisboa, organiza uma reunião de reabertura? Com direito a apresentação da equipa coordenadora?
Já não percebo nada...

Se não soubesse melhor, diria que quase parece haver aqui um pequeno boicote...
Querida, estou toda empenada
dia 4
(a sequela: porque a teimosia é a última a morrer...)





Dúvida

(parva daquelas que surgem quando eu e a minha namorada nos pomos a dissertar sobre palermices)

Porque é que "o banho" é uma coisa tão boa e "a banha" uma coisa tão má?
Não será preconceito?



;P

Se não existisse, tinha de ser inventada...

À entrada de uma livraria:

- Amor, não gastes dinheiro estupidamente... Só se valer mesmo a pena. Ainda tenho lá 2 livros daquele que ganhou o Nobel, o turco, que posso emprestar-te.

- Nããã... Não gosto dessas coisas.

- Ok...

Entrando em casa:

- Ah! Depois esqueci-me de te dizer! Comprei 3 livros do tal turco!

- Tu não existes...
Querida, estou toda empenada.
dia 3
(o regresso: a massagem melhorou mas ainda não estou fina...)




Só a mim...

Lembram-se deste?

Hoje houve um melhor:


Veio ao sítio certo! (ou não...)

Claro que um dia rebento...

Ao telemóvel com a minha mãe:

- Tu vais a Lisboa este fim-de-semana??

- Vou.

- Não vais à marcha gay, pois não?!?

- Não... Havia de ir lá fazer o quê...?

- Tu vê lá o que fazes... Não queiras estragar a tua vida que ainda agora está a começar!

- Tá beeeeeem... tá beeeeeeeeem...

- Ainda por cima com as mudanças políticas que tem havido ultimamente!!

- Olha, por isso mesmo! Mais uma razão para ir e para tu vires comigo!!

Esta última frase não a disse. Porquê?!? Porque é que só me lembro destas respostas depois?!?

Hoje ao almoço, o meu pai:

- Não precisas de rasgar esses papéis.

- Pois, mas pode ter alguma informação minha e eu sou muito reservada com as minhas coisas.

- É pena que não sejas mais reservada em tudo o resto...

- Reservada? Ou quererás dizer escondida? Enclausurada?! Já sei, que tal dentro de um armário fechada a 7 chaves?!

E também não disse esta última... Porquê?!? Porque é que eu não consigo pensar e responder rápido?!?


As pessoas dizem que se preocupam muito connosco. Que quando dizem estas coisas é porque se preocupam com a nossa vida, com o nosso bem-estar, com o nosso futuro.
Mas no dia-a-dia,
quando têm oportunidade de dizer "eu preocupo-me contigo portanto vou fazer algo para mudar a mentalidade das pessoas que me rodeiam e facilitar a tua vida", onde estão eles?!?

Da puta da teoria do "eu gosto muito de ti portanto mete debaixo do tapete" já os gays estão cheios!! Isso não é preocupação connosco, é preocupação única e exclusiva com eles e com o que os outros poderão dizer!!

Para isso, meus familiares e amigos, calem-se ou ponham-se longe!!

Esta cena de o pessoal agora só fazer três exames nacionais no final do 12.º ano deixa-me fora de mim! E o que mais me irrita é ouvi-los dizer que estão stressados!
Stressados?!? Com 3 exames de "chácha"?!
Que bem preparados que eles vão para as Universidades...

R I D Í C U L O


(Sim, eu sou daquelas que defendem que os putos devem começar a ter exames decisivos desde muito cedo e que o nosso sistema de ensino é demasiado "soft" o que nos leva a ter nas Universidades uma população muito mal preparada que não sabe o que é estudar nem nunca estudou a sério na vida o que, por sua vez, inevitavelmente, tem consequências na produtividade desses espaços de ensino e investigação.)

Logo ali, do outro lado da Europa:


Queria dizer qualquer coisa mas a aberração é tal que nem sei o que dizer.

Deixo aqui o meu contributo: porque não também proibir a divulgação dos iogurtes de morango? É que se a ideia é passarmos a fazer leis simplesmente porque nos apetece ou porque qualquer coisa nos desagrada, a mim desagradam-me muito os iogurtes de morango! Não lhes suporto nem o cheiro!
Aaaah... Não posso dizer que é só porque não gosto (isso ia parecer preconceituoso, não era?). Tenho de disfarçar com outra desculpa!
Pois bem: proponho a proibição da publicidade aos iogurtes de morango para proteger as mentes inocentes das crianças daquelas imagens de morangos a serem destruídos para misturar no iogurte. É que todos sabem que isso pode ter um efeito negativo e torná-las possíveis assassinas de morangos quando crescerem!
Assim está melhor?


(e depois venham me dizer que as Marchas LGBT não são importantes...)

via
Querida, estou toda empenada
dia 2
(a saga continua...)





Se calhar hoje é um bom dia para fazer algo em relação a isto...

Lição do dia

Hoje aprendi que quando apontamos o dedo a alguém temos três dedos que apontam para nós.


Nunca é tarde demais para aprender coisas tão básicas.
(suspiro)
Nada como uma valente dor de costas para nos lembrarmos (do que já nos disseram mais de mil vezes) que devemos flectir os joelhos quando nos baixamos.

PDI!

Hoje o meu corpo fez-me um ultimato: decidiu deixar-me empenada logo de manhã e desde então tem garantido que não consigo adoptar outra posição que não a de quem engoliu um garfo!

Filho da mãe! Deve ter passado a noite toda a congeminar este plano!
Parece até que estou a ouvi-lo "muahahaha! Não me levas a fazer exercício físico, então vais ver o que te vou fazer!"

Dói tanto...

conclusões de um serão caseiro

Estar apaixonada é muito giro. Anda-se nas nuvens, sempre a pensar naquela pessoa especial e a querer estar com ela (e muitas outras coisas muito mais bonitas que agora não me apetece expôr porque isto não é um post lamechas).
Mas tem uma desvantagem enorme: basta uma cena qualquer mais lamechas ou dramática na Tv para se ficar com a lágrima no canto do olho! É incontrolável!
Tal não acontecia quando não estava apaixonada, logo: será possível concluir que o estado de "apaixonamento" nos torna mais sensíveis/frágeis?


E já agora, ontem à noite, enquanto na 2 morria a Sandy da Weaver e a família daquela tirava o filho a esta, na SIC a Cláudia e a Sónia faziam qualquer coisa (não dá para ver tudo ao mesmo tempo...) e na TVI, primeiro, o Mário prosseguia a luta para ficar com a filha do seu falecido namorado e, depois, a 13 ia a um bar de strip-tease e "babava-se" a olhar para a stripper ao mesmo tempo que lhe punha uma nota nota na lingerie.
Perante tal cenário, cabe perguntar: que raio anda a RTP1 a fazer?

Insha'Allah!

O assunto do momento é (mais uma vez...): Irão.
Nunca visitei esse país e a verdade é que, mesmo à distância, nunca consegui formar uma opinião fechada sobre os assuntos que o envolvem.
Tive, contudo, a sorte de ter como colega uma iraniana/alemã que partilhou comigo a sua história. Ela própria não se considerava iraniana porque tinha deixado o país quando era muito nova, para ir viver para a Alemanha, e ia ao Irão apenas nas férias.
Quando era criança, o pai teve de fugir para a Alemanha. Em consequência, a sua mãe foi presa e torturada durante alguns meses. Enquanto a mãe estava presa, o resto da família tratou de tudo o que era preciso para que, assim que saísse da prisão, deixasse o país e fosse ter com o pai. A minha colega lembrava-se de, nessa fuga, ter passado por algumas aldeias no Afeganistão onde ela e o irmão estavam proibidos de falar para não correrem o risco de serem apanhados.
Entretanto cresceu e estudou (Direito) na Alemanha e passados vários anos a família conseguiu ter autorização para visitar o Irão. Segundo ela, não se importava muito por ter de usar véu e ter de cumprir algumas regras para cobrir o corpo (dizia que eram só umas férias e depois regressava à Europa onde se vestia como bem lhe apetecia - e com cada decote....) mas a sua mãe não lidava bem com a situação. Nos primeiros dias aguentava mas ao fim de pouco tempo começava a ficar muito stressada e chegou a fazer algumas cenas e mandar uns berros no aeroporto quando, ao passar pela vistoria para o embarque de iranianos (sim, mesmo antes de entrar no avião, com destino à Europa, as vestes das mulheres eram controladas), alguma fiscal lhe chamava atenção para um bocadinho de perna demasiado à mostra. Quanto ao pai, pelo que sei, nunca mais lá voltou.
Ela dizia nessa altura (em 2006) que mais cedo ou mais tarde aquele país ia "dar uma volta" porque muitos dos jovens (e referia-se com frequência às primas) não estavam para aturar aquele modo de vida muito mais tempo.
Querem ver que tinha razão?

Não sobra nada

Em divisões diferentes da casa:

- Hum... De quem são estas gomas que estão aqui esquecidas há tanto tempo....?


- Ah! Ah! Ah! Essas são minhas! Tu já aproveitaste quando eu estive doente para comer o outro pacote todo!

- Hum... Mas elas estão aqui do meu lado há muito tempo...

- Não sejas gulosa! Senão qualquer dia tenho de arranjar um armário para trancar à chave com os doces todos lá dentro! Não queres isso pois não? Ouviste? Alô? ... Porque não respondes? Já estás com a boca cheia de gomas?!?!

Dia de Portugal e outros assuntos

Quero lá saber das economias e outros assuntos que muitos consideram mais importantes do que direitos fundamentais. Venham os de esquerda, venham os de direita, vai dar tudo ao mesmo! Todos têm em comum o mesmo senhor e amo: o capital. E é só esse que todos eles servem.

No dia de Portugal, vem a propósito relembrar que muito poucas figuras de Estado têm um verdadeiro sentido de serviço ao Estado. Estão lá pelos seus interesses, pelas suas carreiras (/carteiras) e, se tal for possível, para fazer uma ou outra obra que encha o olho do povão. Poucos entendem que a sua função é servir. SERVIR, tal e qual como os empregados de café! Com a diferença que estes servem os seus clientes e aqueles servem um Estado e um Povo. Mas nas suas mentes este sistema está subvertido. São os outros, os do povinho, que estão lá para os servir. Por isso este país nunca há-de sair da cêpa torta.

Há dias, uma amiga perguntava-me se eu estava disposta a abdicar da minha liberdade para poder desempenhar uma determinada função. Sendo essa função da maior relevância social e sendo igualmente um meio de garantir/assegurar/zelar pela liberdade dos meus conterrâneos, a resposta não poderia ser outra que não um absoluto "claro que sim".

Espero que nesta altura não estejam já a confundir-me com uma nacionalista tonta daquelas que se referem ao país como "a Pátria". Desenganem-se. Não tenho orgulho em ser portuguesa. Sou portuguesa apenas porque os meus pais o eram e porque nasci num determinado pedaço de terra cuja administração se encontra estruturada de forma a me considerar inserida neste colectivo abstracto chamado Estado Português.
O que me define como portuguesa é a minha cultura, algo que me foi incutido ao longo da vida e que me distingue de pessoas que foram criadas noutros países ou noutras comunidades.
Contudo, estando o território organizado desta forma e estando eu inserida nesta comunidade, cumpre-me tomar parte activa na sua organização e, uma vez que fui uma privilegiada pelo acaso de nascer num meio onde nunca nada faltou (e onde sempre houve mais do que era preciso), tenho a obrigação ética de utilizar essas condições que me são favoráveis de forma positiva e contribuir para o bem-estar dos que me rodeiam.

Já me desviei do que queria escrever...

Voltando ao início: já muito pouca fé tenho de que ser governada por direita ou por esquerda, em matéria económica, faça uma grande diferença. Para mim faz, porque sou de opinião que essas matérias devem ser orientadas por uma ideologia inclinada para a esquerda, mas já não tomo nada como verdade absoluta.
Há, no entanto, algo que me tem preocupado muito. Desde que, no Domingo passado, a direita conseguiu aumentar o seu número de votos, há algo em que não consigo parar de pensar. Se nas próximas legislativas a direita aumentar o seu peso na Assembleia da República, meus queridos, bem que podemos dizer "xau, xau, bye, bye" ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tão certo como eu chamar-me ................ (ha! achavam mesmo que eu ia dizer?)
Voltamos a ter esse projecto adiado por mais 4 anos (pelo menos). E esta ideia assusta-me! Que se lixe a economia! A gente cá se arranja! Os direitos fundamentais é que não podem esperar! Não mesmo! Já chega!

Marcha LGBT, dia 20 em Lisboa

Estou com pouca paciência para grandes discursos acerca da importância de todos ( T O D O S ! ) irem e participarem na Marcha LGBT que se realizará dia 20 em Lisboa.

Já disse o que tinha a dizer aqui, aqui e aqui e outras pessoas já o disseram muito melhor.
Não estou com paciência para estar a insistir e voltar a explicar a importância da participação na Marcha porque é demasiado evidente e se alguém ainda não percebeu é porque não quer perceber mesmo!


Se o que pretendem é passar o resto da vida sentados no sofá a queixar-se da discriminação, do quão injusta ela é e de como condiciona a vossa vida, deixai-vos ficar sentadinhos porque os direitos hão-de mesmo cair-vos no colo, de mão beijada!

Se o que pretendem é passar o resto da vida a comentar como é triste, a pena que têm e o quão injusto é que aquele vosso amigo ou filho ou primo homossexual tenha de viver limitado e com medo de partilhar a vida com o seu parceiro com a normalidade e o à vontade com que vocês o fazem, deixem-se ficar sentadinhos no sofá!

Mas depois não venham com o paleio de "isto não pode ser", "isto é injusto", "eu faço a minha luta por dentro do sistema" porque tudo isso são tretas, meras palavras ocas!

Uma vez por ano têm esta oportunidade brilhante de demonstrar o vosso descontentamento e, juntamente com outras pessoas que lutam pelo mesmo, reivindicar uma alteração. Não a desperdicem!

E se julgam que a Marcha não tem impacto nenhum, imaginem o que seria no dia 21 a primeira página de um jornal dizer que a Marcha tinha reunido 10 000 pessoas. Estamos longe desse número? Muito provavelmente sim. Mas como julgam que lá se chega? Ficando no sofá à espera que os outros sejam número suficiente?

Finalmente, para os que confundem a Marcha com um circo (e que insistem em justificar a sua ausência com essa "desculpa" da treta), que tal irem ver pelos vossos próprios olhos? Garanto-vos que ficariam surpreendidos.
É que palhaços só mesmo os que discriminam, os que insistem em não reconhecer a Marcha como uma forma de luta fundamental e os esperam que os outros façam a luta por eles!

Está tão giro:


via.

Como a minha empregada quase me matou do coração:

- Eu vou a Lisboa no dia 20!

- Hã?

- Sim, no dia 20 deste mês.

- A Lisboa? Que vais lá fazer? (ó meu deus....)

- Adivinha! O que é que há em Lisboa no dia 20?

- (não... não pode ser... eu estou a viajar na maionese!) O que há em Lisboa no dia 20?

- Oh! Não sabes?

- (ai, ai, ai, ai, ai... estará a pôr-me à prova?) Diz lá o que é que há!

- O pic-nic do Modelo!

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... (bem me estava a parecer bom demais...)
É muito triste viver num país onde é preciso fazer campanhas e apelar a que as pessoas vão votar.


É mesmo muito triste viver num país onde muita gente pode votar e não o faz simplesmente porque "não quer saber".

Pensando melhor, não é triste. É inqualificável.
Estou a viver a minha maior crise política de sempre. Não me apetece votar em nenhum deles e a alguns apetece-me mesmo mandar à merda.
Sempre fui contra isso mas já dei por mim a perguntar: "se eu quiser votar em branco é só não pôr cruzinha em nenhum?"

Veio ao sítio certo!

- Namú, já viste a busca deste?!
- Hahahahaha!

Boas intenções com hipocrisia e interesses à mistura

É bastante provável que o meu nome venha a aparecer na tal petição de que toda a gente fala hoje (até porque não quero perder este casório por nada).

Mas fá-lo-ei apenas porque tem de ser e não porque concorde com a forma como este tipo de movimentos são promovidos. Não são nada o meu estilo.
Pegam numa boa ideia, juntam-lhe um pouco de interesses pessoais e uma pitada de hipocrisia e txarã!
Agora vós, povo, vinde bajular-nos! Lembrai-vos de nós, que estamos cá em cima, acometidos por um ataque de "altruísticite aguda", a zelar pelos vossos direitos.

Mais uma vez, as coisas são feitas ao bom estilo de Lisboa de que tantas vezes ouço os meus pais falar (note-se: ambos viveram muitos anos em Lisboa, cidade onde mantêm família, amigos e colegas e à qual ainda hoje se deslocam com bastante regularidade). "Tens de ter cuidado... Olha que tu estás habituada a um tipo de pessoas e lá em baixo eles são muito diferentes... É claro que há boas e más pessoas em todo o lado, mas o próprio estilo de vida e a forma como estabelecem as suas relações é diferente da nossa. São muito mais de caganças e sentem uma maior necessidade de aparecer. Valem-se mais por quem conhecem, pelas pessoas com quem vão jantar ou as casas que frequentam do que pelo que são."

Vejamos a lista da "comissão promotora".
Em primeiro lugar, reconheço apenas cerca de 20 ou 30 nomes que constam nessa lista. Até aqui: culpa minha que nunca acompanho nada das "figuras públicas" (o que quer que isso seja...) deste país.
Depois, dizem que estão lá 1000 nomes. Mas quantos desses 1000 alguma vez se manifestaram ou sequer se pronunciaram a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? Lembraram-se agora? Há muitos anos que várias associações andam a apelar à participação das mais diversas pessoas na luta pela igualdade de direitos dos cidadãos LGBT. Mas a maioria destas pessoas só agora se lembrou de que isto não é apenas uma luta dos LGBT.
Não, não é porque viram uma boa oportunidade para aparecer e se auto-promoverem... Nada disso! Estão genuinamente preocupados com a igualdade no acesso ao casamento civil por parte de cidadãos que têm vindo a ser tratados como de "2ª categoria" à sua volta e à vista de todos há anos!
Aliás, espere-se os próximos tempos para ver quantos daqueles 1000 mexerão uma palha por aquilo que ali publicamente dizem defender. Esperemos para ver...
Ah! E já agora, esperemos para ver se Nuno Markl e Fernando Alvim (sim, até esses bem intencionados lá constam) a partir de agora vão abdicar das gracinhas preconceituosas e homófobas que tantas vezes os ouvi transmitir publicamente. Esperemos para ver...
E o Bastonário da Ordem dos Advogados? Lembram-se de como ele, que não perde uma oportunidade para vir publicamente denunciar situações injustas neste país, barafustou no dia 10 de Outubro quando o PS chumbou a proposta na AR? Eu não me lembro...
E podia continuar a nomear outros mas acho que já perceberam onde quero chegar.

É mais uma bela iniciativa neste país fútil. Nada de novo, portanto.
Resta-me apenas assinar a petição.


Adenda (2/6/09, 00:32h):
Afinal já não estou tão certa de que o meu nome venha a integrar a petição.
Dizem ali que «O único ponto que mereceu alguma discórdia foi mesmo a eventual associação do movimento a iniciativas claramente LGBT, dado que as figuras públicas que se associaram ao Movimento poderiam não se identificar claramente com outro tipo de iniciativas mais políticas que pudessem querer surgir sob o carimbo do MPI (???).»
Se bem percebi, todas aquelas pessoas associaram o seu nome ao movimento porque estão fartas de viver num país que discrimina, estão revoltadas com a presente situação e decidiram fazer algo em relação a isso! Optaram por "dar a cara" por uma causa e contribuir para uma luta que tem vindo a ser promovida há anos pelas associações LGBT. Mas calma... Nada de entusiasmos... Estão muito incomodados e dispostos a ir à luta mas...
(Tenho pena de não ter lá estado para perceber melhor a que se referiam...)