Odeio novelas.
Sim, odeio ver telenovelas. Não tenho paciência. Por muito bons que sejam os actores, por muito bom que seja o argumento, qualquer que seja a língua que falam, por muito elaboradas que sejam as intrigas e estórias de amores e desamores, as telenovelas irritam-me profundamente.
Quem me conhece sabe que existe uma excepção ao que acabo de dizer. A novela "Morangos com Açúcar". Não é difícil explicar: é uma novela muito básica, muito previsível, com dramas levezinhos e por isto é ideal para os meus intervalos de estudo em que pretendo abstrair a mente de tudo e simplesmente pensar em absolutamente nada.
Quando eu era muito nova, os meus pais adoptaram em casa a regra da proibição da telenovela. Mesmo que não estivesse a dar nada nos outros canais. A regra era: telenovela NÃO.
Quando era mais nova isto não me afectou de forma alguma.
Já por volta dos meus 12/13 anos comecei a aperceber-me que a conversa das minhas colegas de escola, funcionários e professores era muitas vezes em torno de uma qualquer novela que todos acompanhavam menos eu. Mas eu não tinha qualquer hipótese. A regra continuava a vigorar e só tínhamos uma televisão em casa, pelo que era quase impossível desobedecer às escondidas.
Devia estar nos meus 14/15 anos quando finalmente agradeci aos meus pais a mencionada proibição. Numa tarde livre causada pela falta de um professor, fiquei com as minhas amigas e colegas de turma na "cavaqueira" nas escadas das traseiras da escola. Falávamos das futilidades típicas e, inevitavelmente, a conversa foi dar a namoros e zangas delas e de outras. Ouvi-as (eu estava sempre fora de todas as intrigas... era sempre a última a saber dos namoros e das zangas de quem me rodeava). Não tinha muita paciência para aquela conversa e não foi preciso muito tempo para começar a "viajar na maionese". A certa altura, ao ouvi-las falar, pensei:
Foi aí que começou o meu afastamento.
Prometi a mim mesma que não voltaria a rodear-me de pessoas assim.
Queria amigos estimulantes, sinceros, sem problemas inventados, que gostassem de coisas simples, que vivessem com simplicidade, que agissem de acordo com o que pensavam, que não mentissem, que não complicassem, que fossem pacíficos e para quem estivesse sempre tudo na boa.
A partir daí fui mais ou menos conseguindo rodear-me de pessoas assim.
Infelizmente, apercebi-me mais tarde, não é fácil uma pessoa manter-se totalmente afastada de "novelas".
Mas sempre que qualquer situação à minha volta começava a transformar-se em "novela" eu ficava doente. Não é por peneira. É porque faz-me mesmo mal! Corrói-me! Tira-me o sono! Por isso afasto-me (ou fujo).
Posso hoje dizer que já aprendi a viver afastada de intrigas, futilidades, dramas, amores e dasamores.
Já lá vai algum tempo desde a última vez em que me envolvi numa "novela". Essa deu-me até a volta ao estômago. Mas depois de ter passado, consegui estar em paz novamente.
E decidi nunca mais meter-me em "novelas"!
Chega!
Infelizmente, aprendi recentemente, são muito raras as pessoas que conseguem ver, interpretar e viver tudo de forma simples. Sem complicações desnecessárias. Sem "filmes" onde não há base para qualquer tipo de "argumento".
Sim, odeio ver telenovelas. Não tenho paciência. Por muito bons que sejam os actores, por muito bom que seja o argumento, qualquer que seja a língua que falam, por muito elaboradas que sejam as intrigas e estórias de amores e desamores, as telenovelas irritam-me profundamente.
Quem me conhece sabe que existe uma excepção ao que acabo de dizer. A novela "Morangos com Açúcar". Não é difícil explicar: é uma novela muito básica, muito previsível, com dramas levezinhos e por isto é ideal para os meus intervalos de estudo em que pretendo abstrair a mente de tudo e simplesmente pensar em absolutamente nada.
Quando eu era muito nova, os meus pais adoptaram em casa a regra da proibição da telenovela. Mesmo que não estivesse a dar nada nos outros canais. A regra era: telenovela NÃO.
Quando era mais nova isto não me afectou de forma alguma.
Já por volta dos meus 12/13 anos comecei a aperceber-me que a conversa das minhas colegas de escola, funcionários e professores era muitas vezes em torno de uma qualquer novela que todos acompanhavam menos eu. Mas eu não tinha qualquer hipótese. A regra continuava a vigorar e só tínhamos uma televisão em casa, pelo que era quase impossível desobedecer às escondidas.
Devia estar nos meus 14/15 anos quando finalmente agradeci aos meus pais a mencionada proibição. Numa tarde livre causada pela falta de um professor, fiquei com as minhas amigas e colegas de turma na "cavaqueira" nas escadas das traseiras da escola. Falávamos das futilidades típicas e, inevitavelmente, a conversa foi dar a namoros e zangas delas e de outras. Ouvi-as (eu estava sempre fora de todas as intrigas... era sempre a última a saber dos namoros e das zangas de quem me rodeava). Não tinha muita paciência para aquela conversa e não foi preciso muito tempo para começar a "viajar na maionese". A certa altura, ao ouvi-las falar, pensei:
«Parece que vivem naquelas novelas de que tanto falam! É incrível! A forma como julgam o que os outros fazem ou dizem é em função do que vêm nas novelas. Elas comportam-se como personagens de novela!»
Foi aí que começou o meu afastamento.
Prometi a mim mesma que não voltaria a rodear-me de pessoas assim.
Queria amigos estimulantes, sinceros, sem problemas inventados, que gostassem de coisas simples, que vivessem com simplicidade, que agissem de acordo com o que pensavam, que não mentissem, que não complicassem, que fossem pacíficos e para quem estivesse sempre tudo na boa.
A partir daí fui mais ou menos conseguindo rodear-me de pessoas assim.
Infelizmente, apercebi-me mais tarde, não é fácil uma pessoa manter-se totalmente afastada de "novelas".
Mas sempre que qualquer situação à minha volta começava a transformar-se em "novela" eu ficava doente. Não é por peneira. É porque faz-me mesmo mal! Corrói-me! Tira-me o sono! Por isso afasto-me (ou fujo).
Posso hoje dizer que já aprendi a viver afastada de intrigas, futilidades, dramas, amores e dasamores.
Já lá vai algum tempo desde a última vez em que me envolvi numa "novela". Essa deu-me até a volta ao estômago. Mas depois de ter passado, consegui estar em paz novamente.
E decidi nunca mais meter-me em "novelas"!
Chega!
Infelizmente, aprendi recentemente, são muito raras as pessoas que conseguem ver, interpretar e viver tudo de forma simples. Sem complicações desnecessárias. Sem "filmes" onde não há base para qualquer tipo de "argumento".
• Porque é que há pessoas que insistem em complicar?
• Porque é que há pessoas que não se limitam a aceitar as coisas como elas são e lidar com elas em paz?
• Porque é que há pessoas que continuam a dar exagerada importância ou relevo a emoções, sentimentos ou atitudes que quando racionalizados ou observados objectivamente mais parecem retirados de um argumento de telenovela?
• Porque é que há pessoas que não se limitam a ser o que são e a agir em conformidade com o que lhes apetece e não em função do que outros possam pensar?
3 sobreviveram ao "lápis azul":
Eh pah k bom, é k já somos duas: spr fora de novelas ;)
Confesso que fiquei surpresa ao ler que vês "Os Morangos com Açúcar", mas a tua justificação convenceu-me. Eu tb costumava fazer uns breaks no estudo, só que aproveitava para "meditar" :P
De facto, as pessoas complicam o fácil, criam enredos e filmes onde não os há, o que dificulta a vida e, por vezes, faz sofrer desnecessariamente.
Mas, qual de nós nunca o fez?
Há dias falava com uma amiga precisamente sobre o porquê de não agirmos com sinceridade e dizermos o que pensamos realmente. De ao longo da vida ir-se perdendo a sinceridade de qd somos meninas e dizemos tudo.
O problema é que enquanto criança somos desculpadas, enquanto adultas temos que ser politicamente correctas para não magoarmos outras pessoas. Coisas de adultos complicados!
Eu sou apologista da sinceridade, da frontalidade, de viver a vida pela vida, de não me preocupar com o que os outros pensam, de gozar os prazeres da vida junto da pessoa que amo e dos amigos!
A vida é bela, não a tornemos cinzenta :D
"Porque é que há pessoas que insistem em complicar?" --> Xo professora, eu li o textinho todo (sim eu li isto TUDO :|) com atençao e a minha resposta é: porque foram educadas pelas telenovelas.
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