Dia de Portugal e outros assuntos

Quero lá saber das economias e outros assuntos que muitos consideram mais importantes do que direitos fundamentais. Venham os de esquerda, venham os de direita, vai dar tudo ao mesmo! Todos têm em comum o mesmo senhor e amo: o capital. E é só esse que todos eles servem.

No dia de Portugal, vem a propósito relembrar que muito poucas figuras de Estado têm um verdadeiro sentido de serviço ao Estado. Estão lá pelos seus interesses, pelas suas carreiras (/carteiras) e, se tal for possível, para fazer uma ou outra obra que encha o olho do povão. Poucos entendem que a sua função é servir. SERVIR, tal e qual como os empregados de café! Com a diferença que estes servem os seus clientes e aqueles servem um Estado e um Povo. Mas nas suas mentes este sistema está subvertido. São os outros, os do povinho, que estão lá para os servir. Por isso este país nunca há-de sair da cêpa torta.

Há dias, uma amiga perguntava-me se eu estava disposta a abdicar da minha liberdade para poder desempenhar uma determinada função. Sendo essa função da maior relevância social e sendo igualmente um meio de garantir/assegurar/zelar pela liberdade dos meus conterrâneos, a resposta não poderia ser outra que não um absoluto "claro que sim".

Espero que nesta altura não estejam já a confundir-me com uma nacionalista tonta daquelas que se referem ao país como "a Pátria". Desenganem-se. Não tenho orgulho em ser portuguesa. Sou portuguesa apenas porque os meus pais o eram e porque nasci num determinado pedaço de terra cuja administração se encontra estruturada de forma a me considerar inserida neste colectivo abstracto chamado Estado Português.
O que me define como portuguesa é a minha cultura, algo que me foi incutido ao longo da vida e que me distingue de pessoas que foram criadas noutros países ou noutras comunidades.
Contudo, estando o território organizado desta forma e estando eu inserida nesta comunidade, cumpre-me tomar parte activa na sua organização e, uma vez que fui uma privilegiada pelo acaso de nascer num meio onde nunca nada faltou (e onde sempre houve mais do que era preciso), tenho a obrigação ética de utilizar essas condições que me são favoráveis de forma positiva e contribuir para o bem-estar dos que me rodeiam.

Já me desviei do que queria escrever...

Voltando ao início: já muito pouca fé tenho de que ser governada por direita ou por esquerda, em matéria económica, faça uma grande diferença. Para mim faz, porque sou de opinião que essas matérias devem ser orientadas por uma ideologia inclinada para a esquerda, mas já não tomo nada como verdade absoluta.
Há, no entanto, algo que me tem preocupado muito. Desde que, no Domingo passado, a direita conseguiu aumentar o seu número de votos, há algo em que não consigo parar de pensar. Se nas próximas legislativas a direita aumentar o seu peso na Assembleia da República, meus queridos, bem que podemos dizer "xau, xau, bye, bye" ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tão certo como eu chamar-me ................ (ha! achavam mesmo que eu ia dizer?)
Voltamos a ter esse projecto adiado por mais 4 anos (pelo menos). E esta ideia assusta-me! Que se lixe a economia! A gente cá se arranja! Os direitos fundamentais é que não podem esperar! Não mesmo! Já chega!

2 sobreviveram ao "lápis azul":

Cris disse...

gayja para primeira-ministra JÁ!!!! Já lhe disse que admiro a sua postura? Olhe, admiro a sua postura!

Unknown disse...

pride. ;) *